quarta-feira, 6 de agosto de 2014

AMOR

Desejaria que este chegasse e tocasse aqueles a quem amo.
Um amor tipo da Epístola de São Paulo, mas na leitura e voz de Renato Russo! Um amor secular, Humanista, um amor capaz de elevar-se e desprender-se do cristianismo, um amor que nasceu do homem apesar do ódio que nos toma e nos amarra à barbárie.
Tudo dito assim parece tão cristão... mas é que o sou... sou essa invenção do humano, herança renascentista... mas sou aquele aprendiz a quem Galileu, ao pé do ouvido, após a saída do seu julgamento, sussurrou: “a terra é redonda e gira em torno do sol! A verdade é filha do tempo e não a autoridade!”.
Estar aqui, permitir-me esse evento é permitir-me a presença e ao fluxo do meu pensamento.
É deixar-me entregue à contradição Despir-me da minhas certezas. Impregnar-me de olhares e pensamentos, movimentos, suspiros do alheio, estar nas mãos, refém, de quem nesse instante me lê, a quem meus pensamentos submeto e ao seu julgo: tocar...repudiar...acatar ou desmentir... Concordar com esse ato de amor, de entrega ao outro, ao AGORA, ao MOMENTO EXATO e ceder-me ao encontra-lo! Então ceder ao encanto da Partilha E já não sou!
Só o AQUI e AGORA Espaço e Tempo E meus EUS.... Num jogo constante e esquizofrênico do ESTAR... 
O PRESENTE!
E se ACASO me perguntem do que mais gosto de fazer, responderei: Observar. Observar, absorver, sorver, ver! Para imaginar, para criar! Criar vidas, imaginar passados. O que deve ter a mais nessa vida, que observo, além do pipa, o vento e os outros pipas mais ao alto?
Quando foi mesmo que só havia o momento para mim?
Só aquele exato momento e o máximo de futuro era exatamente o ter de retornar da brincadeira... 
Meu, Deus! O sol se põe! Me viro para apreciar. Saudade... e lembranças...de tantos outros, Pôr do Sol!

Nenhum comentário:

Postar um comentário